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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ano Novo, 2012


Esse ano foi maravilhoso pra mim, se eu pudesse resumi-lo em uma palavra seria travessia. O autoconhecimento e a valorização de quem está ao meu lado fez o meu "eu" aflorar e até morrer, em um mergulho profundo. O renascer e o reinventar é fundamental. Esse texto é bem simbólico em relação a mudança de ano, a mudança do eu de qualquer um...

"Só existem dois dias em que nada pode ser feito: um se chama ontem e o outro amanhã" - Dalai Lama. Início de ano é sempre a mesma coisa: "Esse ano vou emagrecer", "Esse ano vou arranjar um bom trabalho", "Esse ano vou achar o amor da minha vida", esse ano, esse ano... e por aí vai. Vale tudo (ou quase tudo): roupa branca, pular sete ondas, comer lentilha, se consultar com cartomantes, tarólogos, astrólogos que podem até nos dar uma previsão. Contudo, mais que prever o futuro é preciso concebê-lo! Conceber o futuro é somar novos esforços àqueles já feitos anteriormente em busca de um objetivo muito bem definido e planejado, sem esquecer que esse futuro que concebemos deve estar sempre em congruência com nosso eu. São muitas as promessas que fazemos com o raiar de um novo ano.

A sensação que se tem é a de que ganhamos um caderno novinho em folha, com páginas em branco nas quais escreveremos uma nova história. Mas muitos esquecem que para fazer uma vida nova é preciso não apenas de um novo ano, mas sim de um conjunto de ações que, em minha opinião, podem ser resumidas em três: visão, autoconhecimento e autodesenvolvimento. Assim, acredito que o primeiro passo na construção de uma vida nova começa pela definição de uma visão: o que você quer da vida? Tem gente que vive apenas fazendo o que a vida quer, usando o velho lema do Zeca Pagodinho "deixa a vida me levar". Prefiro ficar com o Jota Quest que diz: "a gente leva da vida a vida que a gente leva".

A visão pessoal tem o poder de dar sentido às coisas, muitas vezes aparentemente insignificantes. Ela responde aos por quês? Por que quero emagrecer? Por que quero conseguir um trabalho novo? Por que estou fazendo isso ou aquilo? Ela nos guia e nos mantém no caminho, afinal para quem não sabe aonde vai qualquer caminho serve. O Amir Klink tem uma frase brilhante que diz: "É muito triste passar a vida inteira cumprindo as suas obrigações sem nunca ter construído algo de fato". Primeiro passo concluído, você sabe o que quer da vida. Agora é preciso saber o que é necessário para concretizar essa visão, para transformá-la em ação.

O segundo degrau dessa escada é saber quem você é. "Conhece-te a ti mesmo", como diria Sócrates, é fundamental. Literalmente, é preciso se olhar no espelho. Fazemos isso o tempo todo com os outros, observando seus comportamentos, suas ações e até seus aspectos físicos. Mas, quanto tempo das nossas vidas nos dedicamos à auto-observação? Olhar para si mesmo às vezes é duro: descobrimos coisas que nem sempre nos agradam, mas só assim é possível corrigi-las.

Tendo um objetivo claro e se conhecendo fica muito mais fácil definir quais "armas" usar. É como viajar: a depender do destino você arruma sua mala. Se você for para o Alasca e não tiver roupas de frio terá que comprar ou pedir emprestado. O passo seguinte é se desenvolver. Ou seja, eu sei pra onde quero ir, conheço minhas forças e fraquezas, o que preciso aprimorar e/ou adquirir para chegar lá? Conhecimento, comportamento e atitudes.

Uma avaliação 360º tornará possível identificar em quais aspectos precisaremos "caprichar" mais. É necessário armar-se competências, lembrando que o sucesso de ontem não nos garante o sucesso de amanhã. Somando essas três ações e dedicando-se a elas está feito o caminho. Daí é fazer um acordo consigo mesmo e segui-lo à risca. Mais do que estabelecer metas, é preciso planejar, buscar novas oportunidades, ter iniciativa, adquirir as informações necessárias, dar o melhor de si, comprometer-se com suas escolhas, cultivar sua rede de contatos, ter autoconfiança, correr riscos sempre calculados e persistir.

Algumas pessoas tentam, fazem de tudo, mas não conseguem. Para esses deixo uma frase do Bernardinho, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei: "Podemos até não vencer o campeonato, mas precisamos deixar a quadra com a certeza de que fizemos o melhor que pudemos". Outras ganham fôlego no início, mas acabam desistindo. Esses são aqueles que esperam pelos próximos anos, para começar tudo novo de novo. E há ainda aqueles que vão até o final, caem, levantam a poeira e dão volta por cima. Mas é assim que a vida segue. Mensagem final? Não. Mensagem inicial (aqui vai ela): "Pedras no caminho? Guarde todas! Um dia construirá um castelo". Carolina Manciola





Feliz Natal e um Ano Novo lindo, com muitas superações e conquistas!



Gisele Rodrigues ;)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

outra vez, liberdade


A sensação que eu tenho hoje é de estar livre, sóbria; remexida e ao mesmo intacta. Ando procurando o meu eu nos olhos, nas ruas, nas pessoas, na fé , na verdade e até na mentira pra mim mesma. Essa mentira de negar que não está tudo bem, de negar os meus erros, das minhas exigências comigo mesmo me sufocaram e me prenderam em mim mesma.
Procuro inquietamente os motivos de respirar, sorrir, de me fazer melhor e vejo que tudo, exatamente tudo é pra ser LIVRE, livre de mim mesma, livre do amor obsessivo, do sentimento dependente, desses sentimentos inerentes que nos fazem pequenos: a inveja, a submissão, o descontrole.

E hoje me sinto mais livre que ontem, e amanhã quero mais, muito mais! Essa é minha razão de ser...ser eu.

domingo, 3 de abril de 2011

Segue o teu destino - Fernando Pessoa






"Segue o teu destino

Rega as tuas plantas

Ama as tuas rosas

O resto é sombra de árvores alheias"


Fernando Pessoa

Ética e Moral

Esse ano pra mim, está sendo muito especial!Por vários motivos e tem coisas que não tem como definir! Na Universidade estou pegando três matérias que estão me acrescentando muito como pessoa, indo além do futuro profissional, me humanizando.São elas Ética, Pacientes Especiais e Libras.
Poderia falar das três, afinal todas elas estão me fascinando! Mas como quero dar a atenção que cada uma merece vou começar pela ÉTICA.

"A Ética existe em todas as sociedades humanas, e, talvez, mesmo entre nossos parentes não-humanos mais próximos. Nós abandonamos o pressuposto de que a Ética é unicamente humana. A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular (moralidade), ou é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos agir (filosofia moral)."
Singer P. Ethics. Oxford: OUP, 1994

Essa é uma definição de um cientista, mas pra você, pra mim? O que é ética? Esse vídeo nos ajuda a refletir sobre a ética e sobre as nossas atitudes.(Vi duas vezes, voltei em várias partes e sem dúvidas aprendi muito)



Partes que me chamaram muito atenção:
Mas o que é ética? Qual a relação entre ética e moral? Moral é o conjunto de regras, válidas para todo mundo, que determinam nossa conduta em sociedade: como devemos agir para não ferir o direito do outro e respeitar o bem comum. Como agir diante dos diferentes desafios morais?
É daí que nasce a ética. “Uma atitude ética é um estado de atenção com a vida”, define Áurea.

A falta dessa "atenção" com a vida é o que a foto na Praia Vermelha sugere. Uma conduta ética é antes de tudo uma tomada de posição. Uma atitude. Por isso, nada mais antiético do que a indiferença. Estar indiferente é abandonar toda tentativa de interferir nas coisas, de mudar - o que acaba tornando a violência, a corrupção, o desrespeito, um hábito.

A indiferença é a banalização do mal.

“O que é a banalização? Se um de nós se deitar hoje à noite, ouve o tic tac do relógio durante poucos segundos. Num determinado momento, desapareceu o tic tac. Sempre que alguém é exposto a um estímulo repetido, semelhante, banaliza, não se percebe mais”, explica o psquiatra José Outeiral.

“Se alguém é exposto demasiadamente à violência, como acontece hoje, banaliza a experiência da violência. Então, nós vivemos num mundo extremamente banalizado”, complementa o psiquiatra.

A banalização leva à indiferença. E o que a indiferença faz é desconsiderar e desqualificar o outro. Uma pessoa ignorada é como um objeto, sem vida, sem importância. Todo esse processo gera uma reação. Quem não foi reconhecido como cidadão também passa a não reconhecer o valor do outro.

A explosão da violência urbana é o resultado do segundo tipo de indiferença: a dos excluídos em relação às elites. A vida dos privilegiados deixa de ser vista como algo importante por aqueles que estão à margem da sociedade. E assim, pode-se matar para conseguir um tênis, por exemplo.

“A palavra barbárie pode se aplicar perfeitamente a isso. Nós vivemos, agora, a barbárie”, define Outeiral.

O terceiro tipo de indiferença apontada por Jurandir Freire Costa é o das elites em relação a elas mesmas.

Enquanto o caos toma conta das cidades, multiplica-se o consumo de tranqüilizantes, antidepressivos e drogas, como a cocaína. “Por exemplo, se alguém se sente um pouco mais gordo, se falta desejo pelo companheiro ou pela companheira, se alguém perdeu uma pessoa querida e está triste, rapidamente é medicado. A pílula vai resolver o seu problema. E com isso, se plastifica o afeto das pessoas”, analisa Outeiral.

Diante de uma sociedade que parece desabar, a única coisa a fazer é salvar a si mesmo. Na falta de um projeto coletivo, a busca pelo sucesso individual, pelo bem-estar e realização pessoal, se torna cada vez mais importante. Da mesma forma, o horror ao fracasso. O que choca no Brasil hoje não é tanto a quantidade de crimes e escândalos políticos que vemos todos os dias nos jornais, mas a absoluta indiferença com que reagimos a tudo isso. Talvez este seja o sinal de um desejo de destruir o que não temos coragem de transformar.

“Eu acho que as pessoas precisam pensar mais de forma coletiva”, diz o fotógrafo Michel Filho.

“Tem uma série de valores a serem preservados: a solidariedade, o respeito pelo outro, a tolerância àquilo que é humano”, enumera José Outeiral.

“Isso é o nosso poder, para o bem e para o mal, é o nosso poder”, garante Áurea.

“Nós temos que parar e pensar. Pensar profundamente, por mais que isso seja difícil, provoque sofrimento, provoque angústia, e que a curto e médio prazo nós não tenhamos nenhuma resposta. Mas é fundamental parar e refletir sobre isso”, avisa Outeiral.

Então... reflita! Você está sendo ético?